Rev. Antonio Carlos Barro
CHAMADO
ESTUDO 1
I. INTRODUÇÃO
A. A Ordem da Salvação é um termo latino Ordo Salutis "descreve o processo por meio do qual a obra de salvação, produzida em Cristo, se cumpre em forma subjetiva nos corações e vidas dos pecadores".B. É um processo unitário efetuado por Deus em vários movimentos.
C. A Bíblia não específica exatamente uma Ordem de Salvação. Esta ordem é compilada pelos teólogos.
D. Este estudo toma por base a obra básica de Louis Berkhof, com a inclusão de outros autores reformados.
E. A Ordem da Salvação começa como o chamado, também conhecido como vocação.
II. O CHAMADO EM GERAL
A. A Trindade está envolvida em o nosso chamado:1. Deus, o Pai: 1 Co 1.9; 1 Ts 2.12; 1 Pd 5.10
2. Deus, o Filho: Mt 11.28; Lc 5.32; Jo 7.37
3. Deus, O Espírito Santo e a palavra: Mt 10.20; Jo 15.26; At 5.31-32
B. Geralmente nós temos dois aspectos do chamado. Um é conhecido como Chamado Geral ou Externo e o outro é o Chamado Eficaz ou Interno.
1. Chamado Geral: É designado pelos teólogos como vocatio realis. Este é um chamado que vem a todas as pessoas através da natureza e da história. Estas duas coisas apontam para a existência de um Criador, sem contudo mostrar o caminho da salvação ou as obras de Cristo. Ver Salmos 19.-14; Rm 1.19-21.
2. Chamado Eficaz: É designado pelo teólogos como vocatio verbalis. A sua definição poderia ser: "O ato bondoso de Deus por meio do qual ele convida os pecadores para que aceitem a salvação que se oferece em Cristo Jesus".
a. Este chamado se dá pela pregação da palavra de Deus.
b. Na teologia Reformada o chamamento do evangelho não é efetivo em si mesmo; porém se faz eficaz mediante a operação do Espírito Santo quando aplica a palavra salvadora ao coração do ser humano, e se aplica desta maneira somente nos corações e na vidas dos eleitos.
c. A salvação é uma obra de Deus desde o seu princípio. Deus, através da sua graça capacita a pessoa a atender o chamado do Evangelho.
d. No chamado não existe nada no ser humano que possa dar início a este processo.
III. ASPECTOS DO CHAMADO (G. W. Bromiley)
A. O alvo do chamado. Nós somos chamados para a salvação, santidade e fé (2 Ts 2.13ss); para o reino e glória de Deus (1 Ts 2.12; para uma herança eterna (Hb 9.15); para a comunhão (1 Co 1.9) e serviço (Gl 1).
B. Os meios do chamado. Chamados através da graça (Gl 1.15); do ouvir o evangelho (2 Ts 2.14; Rm 10.14ss). O Espírito Santo é o mediador do chamado através do evangelho (1 Ts 1.15).
C. A base do chamado. Estabelecido conforme 2 Tm 1.9. Não as obras mas o propósito e graça de Deus em Cristo Jesus desde o princípio para o chamado divino.
D. A natureza do chamado. O chamado não será revogado (Rm 11.20); um chamado para o alto (Fp 3.14; celestial (Hb 3.1); santo (2 Tm 1.9); associado com esperança (Ef 4.4). Os crentes são chamados a viver de acordo com o chamado (Ef 4.1; cf. 2 Ts 1.11).
IV.UM CHAMADO QUE ENGLOBA TODA A VIDA
A. Existe a tendência de separar os chamados de Deus: um chamado para a salvação e outro para o serviço.B. K. L. Schmidt insiste que no NT existe somente um chamado, ou seja: para ser cristão.
C. Karl Barth argumenta que o chamado na Escritura nunca existe solitariamente excluindo a santificação e o serviço.
D. O chamado em si mesmo não muda, somente a forma e a esfera onde ele é exercitado.
V. CONCLUSÃO
A. Todos os que estão em Cristo, foram chamados pela graça de Deus.B. Todos os chamados em Cristo, foram chamados para o serviço a Deus, para a honra e glória da Trindade.
REGENERAÇÃO
ESTUDO 2
I. INTRODUÇÃO
A. É o mistério que operou na nascimento de Cristo que agora opera no coração do ser humano.B. É uma obra completa do Espírito Santo.
II. OS TERMOS USADOS PELA BÍBLIA E IMPLICAÇÕES
A. O termo grego palingenesia (regeneração) é encontrado em Mt 19.28 e Tt 3.5B. A idéia é melhor expressa através do verbo gennao. Significando gerar de novo, conceber ou nascer: Jo 1.13; 3.3-8; 1 Pd 1.23; 1 Jo 2.29; 3.9; 4.7; 5.1,4,18.
III. AS IMPLICAÇÕES DESTES TERMOS
A. A regeneração é uma obra criadora de Deus. O ser humano é passivo por completo. O ato da salvação está nas mãos de Deus somente.B. A obra criadora de Deus produz uma nova vida. A pessoa é vivificada em Cristo, participando da ressurreição, podendo ser chamada de nova criação, cf. Ef 2.8-10
C. Distinguem-se dois elementos na regeneração:
1. a regeneração ou concepção de uma nova vida
2. a produção, ou fazer nasce-la. A regeneração implanta o princípio da nova vida na alma e o novo nascimento faz com que este princípio entre em ação.
IV. A NATUREZA ESSENCIAL DA REGENERAÇÃO
A. Alguns erros que devem ser evitados neste estudo da regeneração:1. A regeneração não é uma troca na substância da natureza humana. Não é o pecado sendo substituído por uma outra substância.
2. Não é a troca de uma ou mais faculdades da alma, como a vida emocional.
3. Não é a troca por completa ou perfeita de toda a natureza humana quanto a não capacidade de pecar.
B. Positivamente vemos a regeneração:
1. Consiste na implantação do princípio da nova vida espiritual no ser humano, é uma troca radical da disposição regente da alma, que debaixo da orientação do Espírito Santo, dá nascimento a uma vida que se move em direção a Deus. Este princípio afeta o ser humano por completo:
a. seu intelecto: I Co 2.14-15; 2 Co 4.6; Ef. 1.18
b. sua vontade: Sl 110.3; Fp 2.13; 2 Ts 3.5; Hb 13.21
c. seus sentimentos/emoções: Sl 42.1-2; Mt 5.4; 1 Pd 1.8
2. É uma troca instantânea da natureza do ser humano. Não existem estágios intermediários entre a vida e a morte. Alguém vive ou está morto. Não é um processo gradual como a santificação.
3. Num sentido mais restrito é uma troca que ocorre no sub-consciente. É uma obra secreta e inescrutável de Deus que nunca se percebe diretamente pelo ser humano, a menos que coincide regeneração com conversão.
V. DEFINIÇÃO DE REGENERAÇÃO
A. A regeneração é o ato de Deus por meio do qual o princípio da nova vida é implantado no ser humano, e que torna santa a disposição regente da alma.B. Assegura o exercício santo para a disposição quanto ao novo nascimento.
CONVERSÃO
ESTUDO 3
I. INTRODUÇÃO
A. Mediante uma operação especial do Espírito Santo, a regeneração leva à conversão.B. A conversão pode ser uma crise repentina e aguda na vida do indivíduo, porém, geralmente vem de maneira gradual.
II. A IDEIA BÍBLICA DA CONVERSÃO
A. Conversões Temporais1. Pessoas que não apresentaram uma troca de coração
2. A parábola do semeador, Mt 13.21-21
3. Himineo e Alexandre, 1 Tm 1.19-20
4. Ver também 2 Tm 2.17-18; 4.10; Hb 6.4-6 e 1 Jo 2.19
B. Conversões Verdadeiras
1. A conversão verdadeira nasce de uma tristeza santa e desemboca em uma vida de devoção a Deus, 2 Co 7.10.
2. É uma troca cuja raiz está na obra de regeneração. Envolve a convicção de que a primeira direção da vida era néscia, equivocada e transtornava o curso inteiro da vida.
3. Existem dois lados da conversão:
a. Conversão ativa: É o ato de Deus por meio do qual ele faz com que o pecador seja regenerado em sua vida consciente, para voltar-se a Deus com arrependimento e fé.
b. Conversão passiva: O ato consciente do pecador regenerado por meio do qual ele mediante da graça divina volta-se para Deus com arrependimento e fé.
C. Conversões Freqüentes
1. Depois de convertida a pessoa que tem uma queda temporal nos caminhos de pecado volta-se para Deus. A sua volta para Deus pode ser chamada de conversão. Ap 2.5, 16, 21 e 22 e 3.3, 19.
2. Conversão no sentido salvador é um ato único que não se repete.
III. AS CARACTERÍSTICAS DA CONVERSÃO
A. Na conversão a pessoa desperta para uma garantia de que todos os seus pecados estão perdoados na base dos méritos de Jesus Cristo.B. A conversão não se dá na vida subconsciente do pecador, mas no seu consciente. Esta conversão está intimamente ligada com a regeneração.
C. A conversão marca o princípio consciente da morte da velha vida e o surgimento da nova vida. O pecador, conscientemente, abandona a vida de pecado e busca a santidade de Deus.
D. No sentido mais definido da palavra a conversão é um ato único que não se repete mais.
IV. O AUTOR DA SALVAÇÃO
A. Deus é o autor da conversão. Somente Deus pode ser considerado o autor da criação, Sl 85.4; Jr 31.18; Lm 5.21.B. O indivíduo coopera na conversão. Devemos ressaltar que existe uma certa cooperação humana na salvação. Is 55.7; Jr 18.11; Ez 18.23, 32; 33.11; At 2.38, 17.30.
ARREPENDIMENTO
ESTUDO 4
I. INTRODUÇÃO
A. Junto com a fé, são os dois ingredientes necessários para que haja conversão.II. OS ELEMENTOS DO ARREPENDIMENTO
A. Um elemento intelectual. Há uma mudança de opinião, um reconhecimento do pecado com a culpa pessoal, a corrupção e a incapacidade que envolve. Ver Rm 3.20 comparado com 1.32. Se o arrependimento não é acompanhado pelos outros elementos que se seguem, pode manifestar-se como o temor do castigo, ainda que careça do ódio ao pecado.B. Um elemento emocional. Há uma mudança de sentimento que se manifesta em tristeza pelo pecado cometido contra um Deus santo e justo. Sl 51.2, 10, 14. Se é acompanhado do elemento seguinte é uma tristeza de Deus, porém, se não é acompanhado é uma tristeza do mundo, que se manifesta em remorso e desespero, 2 Co 7.9,10; Mt 27.3; Lc 18.23.
C. Um elemento volitivo. Há um elemento da vontade que consiste na mudança de propósito, um íntimo voltar-se do pecado e uma disposição a buscar o perdão e a pureza, Sl 51.5, 7, 10; Jr 25.5. O elemento volitivo inclui os outros dois elementos e é o aspecto mais importante do arrependimento, At 2.38; Rm 2.4.
III. O CONCEITO BÍBLICO DO ARREPENDIMENTO
A. As Escrituras ensinam que o arrependimento é um ato interno e não deve confundir-se com a mudança de vida que flui dele. A confissão de pecados e a reparação dos erros cometidos, são frutos do arrependimento.B. Arrependimento é uma condição negativa e não uma meio positivo de salvação. Ou seja, o arrependimento não constituí uma obra meritória que dê bases para a salvação. Ainda que o arrependimento seja o dever do pecador, não cumpre as demandas da lei em relação as transgressões passadas.
C. O verdadeiro arrependimento somente existe em conjunto com a fé e jamais separado da mesma. Os dois elementos fazem parte da mesma volta - um regresso do pecado em direção a Deus. São partes do mesmo processo, e que se complementam.
IV. OS MOTIVOS DO ARREPENDIMENTO
A. O pecador experimenta a bondade de Deus, Rm 2.4; o amor de Deus, Jo 3.16; e o desejo ardente de Deus em ver os pecadores salvos, Ez 33.11; 1 Tm 2.4.B. O pecador experimenta a inevitável conseqüência do pecado, Lc 13.1-5; da demanda universal do evangelho, At 17.30; a esperança da vida espiritual, Jo 3.16; e a afiliação no reino de Deus, Mc 1.15.
FÉ
ESTUDO 5
I. INTRODUÇÃO
A. O arrependimento é o aspecto negativo da conversão.B. A fé é o aspecto positivo da mesma conversão.
II. O SIGNIFICADO DE FÉ
A. Fé Objetiva: Aquilo que se acredita, isto é: o credo, o cristianismo. Uso limitado nas Escrituras, principalmente nas Pastorais. É mais usado na teologia. A fé objetiva só existe por causa da fé subjetiva.B. Fé Subjetiva: A fé é depositada em Cristo, neste caso consiste na entrega da vida aos cuidados do Salvador. A pessoa tem o desejo de ser como Cristo e o Espírito Santo passa a operar nesta vida.
C. Fé Virtude: Resultado da fé subjetiva na vida diária (Gl 5.22).
III. OS ELEMENTOS DA FÉ
A. O elemento intelectual (notitia)1. Consiste no reconhecimento da verdade e a pessoa aceita tudo o que Deus diz nas Escrituras, especialmente quanto a depravação total do ser humano e acerca da redenção que há em Cristo Jesus.
2. Este conhecimento da fé é algo seguro, certo, incontestável. Hb 11.1, faz com que as coisas invisíveis para o crente sejam realidades. A certeza dessa fé parte do próprio Deus e nada pode abalar isso.
3. Para se ter essa fé é necessário oferecer a pessoa o mínimo para que possa exercitar a sua fé.
B. O elemento emocional (assentimento)
1. O momento existencial da vida da pessoa que deixa de considerar o objeto da fé como algo separado e indiferente, e começa a sentir-se vivamente interessado por ela.
2. A pessoa abraça a fé salvadora com um profundo sentimento de aquilo é verdade. Isso satisfaz a sua vida, sua existência.
C. O elemento volitivo (fiducia)
1. É o elemento culminante da fé. É a confiança em Cristo.
2. A fé é também assunto da vontade que determina a direção da alma, um ato da alma que sai em direção ao objeto e o apropria.
IV. A FÉ PRODUZ
A. Esperança, Rm 5.2B. Alegria, At 16.34; 1 Pe 2.6
C. Paz, Rm 15.13
D. Confiança, Is 28.16, cf 1 Pe 2.6
E. Ousadia na Pregação, Sl 116.10 cf. 2 Co 4.13
V. ALGUMAS IDEIAS SOBRE A FÉ
A. Os Reformadores ensinam que a fé que justifica não justifica por alguma eficácia meritória ou inerente, senão que é um instrumento para receber ou reter o que Deus prometeu nos méritos de Cristo, cf Ef 2.8-10.B. Consideraram esta fé como um dom de Deus e somente na forma secundária, como atividade do ser humano em sua dependência de Deus.
C. A fé é mais do que uma mera opinião. É uma certeza imediata. É uma convicção fundamentada sobre o testemunho e envolve confiança.
JUSTIFICAÇÃO
ESTUDO 6
I. INTRODUÇÃO
II. A IDÉIA DA JUSTIFICAÇÃO
A. A palavra justificação vem do latim justificare compostas de duas palavras justus e facere e que portanto significa: fazer justo.B. Justificar no sentido bíblico é executar uma relação objetiva, o estado de justiça, mediante sentença judicial.
1. Mediante a imputação a uma pessoa a justiça de outra, ou seja, contando como justo ainda que interiormente seja injusto.
III. A NATUREZA E AS CARACTERÍSTICAS DA JUSTIFICAÇÃO
A. A justificação é uma ato judicial de Deus no qual ele declara, sobre a base da justiça de Jesus Cristo que todas as demandas da lei estão satisfeitas com respeito ao pecador.B. É diferente dos outros atos da ordem da salvação. A justificação não muda a vida íntima da pessoa, não afeta a sua condição, mas sim o seu estado (posição). Envolve o perdão dos pecados e o fato de ser restaurado ao favor divino. Rm 5.1-10 e At 26.18.
1. A justificação remove a culpa do pecado e restaura ao pecador todos os direitos filiais incluídos em seu estado como filhos de Deus, juntamente com uma herança eterna.
2. A justificação acontece fora do pecador, no tribunal de Deus e não muda a vida interior , todavia, o sentencia a voltar ao lar.
3. A justificação acontece de uma vez para sempre, é um ato único. Ou é completamente justificado ou não é.
4. A causa meritória da justificação está nos méritos de Cristo.
IV. OS ELEMENTOS DA JUSTIFICAÇÃO
A. O elemento negativo1. A remissão dos pecados com base na obra expiatória de Cristo.
2. O perdão concedido na justificação se aplica a todos os pecados, passado, presente e futuro e envolve a remoção de toda a culpa e castigo, Rm 5.21; 8.1, 32-34; Hb 10.14.
3. A dificuldade é que os crentes seguem pecando. Barth: o homem continua sendo pecador, somente que pecador justificado.
4. Deus remove a culpa, mas não a culpabilidade.
B. O elemento positivo
1. Ela é baseada na obediência ativa de Cristo
2. A justificação é mais do que o mero perdão. Zc 3.4, o primeiro aspecto é negativo e o segundo positivo. Cf At 26.18.
a. A adoção de filhos. Os crentes são filhos de Deus por adoção e não por natureza. Jo 1.12; Rm 8.15-16; Gl 3.26-27; 4.5-6
b. O direito à vida eterna. São investidos com todos os direitos legais da adoção e são herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, Rm 8.7
V. A BASE DA JUSTIFICAÇÃO
A. Negativamente. Não está fundamente em nenhuma obra meritória da pessoa. Esta pratica uma justiça imperfeita e as melhores obras dos cristãos estão corrompidas pelo pecado. Ademais, a Bíblia ensina que a pessoa é justificada gratuitamente pela graça de Deus, Rm 3.24 e que ninguém pode ser justificado pelas obras da lei, Rm 3.28; Gl 2.16; 3.11.B. Positivamente. A base da justificação é fundamentada na justiça perfeita de Cristo. Rm 3.24, 5.9, 19; 8.1; 10.4; I Co 1.30; 6.11; 2 Co 5.21; Fp 3.9. A base é encontrada em Cristo que se fez maldito por nós, Gl 3.13.
SANTIFICAÇÃO
ESTUDO 7
I. Introdução
II. Os Termos no Novo Testamento
A. O sentido intelectual que se aplica a pessoas ou coisas. Significa considerar um objeto santo, atribuir santidade ou reconhecer a santidade por palavra ou ato, Mt 6.9; Lc 11.2 e 1 Pe 3.15.B. As vezes se emprega no sentido ritual, no sentido de separado do uso comum para fins sagrados, ou por aparte para um determinado oficio, Mt 23.17,19; JO 17.36; 2 Tm 2.21.
C. Usado também para determinar aquela operação divina mediante a qual Deus produz de maneira especial na pessoa mediante seu Espírito a qualidade subjetiva de santidade, Jo 17.17; At 20.32; 26.18; 1 Co 1.2; 1 Ts 5.23.
III. A Natureza da Santificação
A. Obra Sobrenatural de Deus1. Consiste fundamental e principalmente em uma operação divina na alma, por meio do qual, aquela disposição santa nascida na regeneração é fortalecida e aumenta a sua atividade santa.
2. É uma obra de Deus, 1 Ts 5.23; HB 13.20, 21.
3. Fruto da união da vida com Cristo, Jo 15.4; Gl 2.20 e 4.19.
4. Uma obra realizada no interior do ser humano, Ef 3.16; Cl 1.11
B. Consiste em duas partes
1. A mortificação da velha natureza, ou seja, o corpo de pecado. A mancha e a corrupção do pecado se vai removendo gradualmente. É a crucificação da velha natureza em Cristo, Rm 6.6; Gl 5.24.
2. A vivificação do novo ser, criado em Jesus Cristo para as boas obras. Fortalece a disposição santa da alma, promovendo um novo curso de vida. A velha estrutura de pecado vai sendo destruída ao poucos e um nova estrutura criada por Deus assume o lugar daquela. Freqüentemente este nome é chamado nas Escrituras de "uma ressurreição juntamente com Cristo", Rm 6.4,5; Cl 2.12; 3.1, 2.
C. A santificação afeta ao novo crente por inteiro: corpo e alma, intelecto, afetos e vontade. Se o ser interior é transformado, mudado, também é mudado ou transformado o aspecto exterior da vida., 1 Ts 5.23; 2 Co 5.17; Rm 6.12; 1 Co 6.15, 20.
D. O novo crente é participante ativo no processo de santificação. Vemos nas repetidas admoestações para que se evite os perigos da vida, Rm 12.9, 16, 17; 1 Co 6.9, 10; Gl 5.16-23. Os crentes devem empregar os meios a sua disposição para ter uma vida santa, Jo 15.2, 8, 16; Rm 8.12, 13; 12.1,2,17; Gl 6.7,8,15.
IV. As Características da Santificação
A. É uma obra da qual Deus é o autor e não o ser humano.B. Tem lugar na forma parcial na vida subconsciente e como tal é uma operação imediata do Espírito Santo; porém também de forma parcial tem lugar na vida consciente e depende então do uso dos meios determinados: fé, estudo da palavra, oração e associação com os outros crentes.
C. A santificação é um processo lento e nunca alcança a perfeição nesta vida.
D. A santificação plena é alcançada somente na entrada no reino eterno.
PERSEVERANÇA DOS SANTOS
ESTUDO 8
I. Introdução
A. A doutrina da perseverança dos santos significa que aqueles a quem Deus regenerou e chamou eficazmente a um estado de graça, não podem cair nem total nem finalmente daquele estado, senão que perseverarão com toda a segurança e até o fim e serão salvos por toda a eternidade.II. Definição da doutrina da perseverança
A. Os que são chamados não podem cair por completo e deixar de alcançar a salvação eterna, ainda que podem algumas vezes ser vencidos pelo mal e cair em pecado.B. Definição: "Aquela operação continua do Espírito Santo no crente, mediante a qual a obra da graça divina que teve início no coração irá continuar até ser completada".
C. Os crentes continuam firmes até o fim, devido a que Deus nunca abandona a sua obra.
III. Provas da doutrina da perseverança
A. Afirmações diretas da Bíblia1. João 10.27-29, as ovelhas jamais perecerão.
2. Romanos 11.29, os dons de Deus são irrevogáveis.
3. Filipenses 1.6, a obra será completada.
4. Ver ainda 2 Tessalonicenses 3.3 e 2 Timóteo 1.12
B. Provas através da inferência
1. A doutrina da eleição - os eleitos serão salvos e jamais deixarão de alcançar a salvação final.
2. A doutrina do pacto da redenção - Deus prometeu baseado na sua pessoa e não na fidelidade do ser humano. Nada pode separar o crente de Deus, Romanos 8.38-39.
3. Da eficácia dos méritos e da intercessão de Cristo - Cristo pagou o preço para comprar o perdão e intercede sempre pelos seus, João 11.42; Hebreus 7.25.
4. Da união mística com Cristo - os que estão unidos a Cristo mediante a fé são participantes do seu Espírito.
5. Da obra do Espírito Santo no coração - o crente já está de posse da vida eterna, João 3.36; 5.24; 6.54.
6. Da segurança da salvação - A Bíblia dá evidências da segurança da salvação, Hebreus 3.14; 6.11; 10.22; 2 Pedro 1.10.
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