Claudio Souza
(Bacharel em Teologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie - SP)
O presente
estudo tem como objetivo abordar as implicações éticas da justificação
pela fé na vida do pecador justificado. Para tanto, enfocaremos questões
concernentes à liberdade adquirida com o evento justificação, assim como, o
amor e a responsabilidade em viver de forma dinâmica em relação a Deus e o
serviço ao próximo.
1
Justificados: Libertos para Liberdade
O ponto
relevante desta questão é abordar este assunto dentro de uma perspectiva
dinâmica da justificação pela fé e a prática das boas obras.
As boas
obras não devem ser colocadas como instrumento de justificação para que o
pecador consiga a justiça de Deus. Mas, por outro lado, aqueles que foram
alcançados e justificados mediante a fé em Cristo Jesus devem viver
de forma em que as suas obras sejam o reflexo do amor de Deus nas suas vidas.
Com isso, é necessário apresentar uma consciência redimida e atuante no
presente século para que se tenha uma sociedade humana voltada para Deus,
conforme descreve Tames: “o ato da justificação emanado de Deus acarreta uma
transformação do ser humano numa pessoa que pratica a justiça”.[1] Portanto,
é necessário que se tenha em mente a liberdade que foi outorgada para aqueles
que estão em Cristo e estes precisam assumir cada vez mais a posição de filhos
adotivos e libertos por Deus, vivendo os benefícios da justificação na qual
foram chamados.
Assim sendo,
o pecador deve apresentar novos conceitos de relacionamentos com Deus e com a
sociedade. E este relacionamento é apresentado de forma justificada para que se
cumpra a promessa, uma vez que, a fidelidade de Jesus representou o ponto
passivo e ativo da aliança[2] diante
de Deus para que as ações dos justificados sejam vistas por outro ângulo aos
olhos de Deus. O pecador é assim, colocado na posição de justo para evidenciar
novas atitudes que se harmoniza com o seu novo ser, ou seja, um ser liberto do
pecado e regenerado para ser movido pelo Espírito Santo, como descreve J.
Moltmann:
O Cristo da
doutrina da justificação é o Cristo que morreu por nós: mas onde fica o Cristo
ressuscitado e que vive em nós? Se Cristo age vicariamente por nós, não somos
então nós também como novas criaturas que estão seguro nele? Onde é que, depois
da experiência de Cristo na igreja, fica a experiência pessoal do Espírito?[3]
O que Moltmann coloca é uma critica quanto à
passividade dos crentes em apenas viver pela fé. Neste caso, a visão de
Moltmann é bastante coerente, até porque o pecador justificado foi chamado para
viver de forma digna como lhe foi ordenado. O Senhor Jesus é que dá vários
exemplos para a prática das boas obras, tais como: a parábola do bom servo e do
mau cf. Mt. 24:45-51. O Servo bom é aquele que age como justo em seu trabalho,
pois entende que o senhor é justo para ele, como isso, tem responsabilidade em
seu trabalho. O bom samaritano é outro exemplo que traz uma lição de como deve
agir uma pessoa em Cristo Jesus. O próprio senhor Jesus
apresenta como mandamento o amor ao próximo.
A liberdade
é um fator de grande importância que precisa ser vivenciado pelas pessoas que
foram justificadas para exercer a humanidade que Cristo proporcionou a quem ele
imputou a sua justiça. Sendo assim, aqueles que foram alcançados pela graça de
Deus precisam se distanciar do pecado que uma ameaça que impede a comunhão com
o Criador e que o leva a praticar a injustiça. O apóstolo Paulo percebeu,
dentro de sua época, que o pecado é um mecanismo criado pela injustiça e que
escraviza todos os seres humanos, tanto os que fazem a história sem a direção
de Deus, pois estão escravizados nele, quanto os que já foram alcançados pela
graça que no entanto, não agem de forma adequada no cumprimento das ordenanças
do Senhor Jesus e, com isso, erram por não cumprir as determinações que o
evangelho ensina a fazer. Portanto, a igreja de Cristo não deve se conformar
com o sistema que tem destruído muitas vidas, fazendo com que todos tornem
escravos dele, pois o homem conduzido pela sua avareza e ganância perde o
controle de si mesmo e sua própria humanidade, na qual precisa ser liberto de
si mesmo, uma vez que, “o mal está tão profundamente enraizado dentro de nós, é
impossível salvar-nos a nós mesmo”[4].
A humanidade só pode ser restaurada em Cristo, que justifica, liberta e
regenera o homem para caminhar no sentido que o leve para viver um cristianismo
integral, tanto na esfera espiritual ou material, mas que saiba vivenciar amor
e a justiça. O sentido da vida é direcionado pelo Espírito, que
impulsiona o crente justificado e liberto para desenvolver a sua humanidade no
sentido da adoração e devoção a Deus, e também naquilo que expressa um
comprometimento com o seu próximo que segundo Gardner, se caracteriza como vida
cristã:
A vida do
crente se caracteriza, pois pela posse do Espírito como realidade atual e
presente. Paulo vê nesse Dom os “primeiros frutos” (o que poderíamos chamar de
pagamento sinal) da salvação, e também a promessa de sua consumação final. O
Espírito é que cria a nova vida. É também o Espírito o autor da unidade que
liga os cristãos uns aos outros em comunhão. Ele opera nos homens
para que produzam ceifa ética de “amor, alegria, paz, longanimidade, bondade,
fidelidade, mansidão, domínio próprio” (Gl. 5:22-23). Para Paulo, como para o
autor do Quarto Evangelho, o Espírito é o instrumento de revelação que guiará
os homens no conhecimento mais profundo de Deus, sendo, também, a fonte sempre
presente de força moral para o cristão. Estes e muitos outros frutos do
Espírito falam, de algum modo, da futura consumação da obra de salvação, tanto
no crente em particular, como na ordem total criada”.[5]
Gardner aponta assim, para uma ética libertadora
para o desenvolvimento da moral humana sincronizada com a progressividade da
salvação, ou seja, o homem é salvo para dinamizar e para desenvolver os valores
do reino de Deus neste mundo, como foi abordado pelo “Pacto de Lausanne (1974)
com suas francas declarações sobre a Natureza da Evangelização e a
Responsabilidade Social”[6] que
neste caso, visa a salvação através do anuncio do Evangelho sem excluir a
responsabilidade social e procurando assim, a liberdade do homem num todo. Para
Gardner, “ a salvação é uma libertação que coloca o homem em processo pelo qual
se transforma o seu caráter”.[7] O
homem, é liberto e salvo neste caso, quando se encontra-se harmonizado e
comprometido com a vontade de Deus e o não desenvolvimento desta vontade, traça
um caminho na contramão dos valores ensinados pelo Senhor Jesus Cristo.
A ética
libertária traz benefícios que são apresentados através de uma vida
justificada, ou seja, os benefícios éticos da justificação é apresentar uma
liberdade que se encontra no rompimento com o pecado, no rompimento da pessoa
consigo mesma para viver livremente a lei de Cristo, conforme Romanos 8:22
“...Porque a lei do Espírito da vida em Cristo Jesus te livrou da lei
do pecado e da morte...”, como descreve Antônio Maspoli,
“O homem
reflete em sua natureza, embora decaída, aqueles atributos de Deus ligados à
ética e à moralidade, com o amor, a justiça, a santidade e a autodeterminação.
O homem é livre para fazer a vontade de Deus, dentro dos limites impostos por
sua natureza”.[8]
A justiça de
Deus vem trazer a liberdade condicionada apenas em Jesus Cristo e, ao
mesmo tempo, traçar “uma dimensão pessoal e histórica do que consiste a
dialética bíblica de ser liberto de (uma escravidão) e
liberto para (um serviço), atando o compromisso ético à ação
gratuita de Deus”[9]
Assim sendo, todos que foram justificados estão comprometidos com a liberdade
para agir contra aos conflitos e estruturas desenvolvidas pelo pecado e para o
serviço ao próximo, como descreve Is. 64:1-2 “O Espírito do Senhor repousa
sobre mim, porque ele me ungiu. Enviou-me a transmitir a boa nova aos pobres, a
proclamar a liberdade aos cativos e a vista aos cegos, a pôr em liberdade os
oprimidos, a proclamar o ano favorável ao Senhor”. Encontramos nesta verdade
uma nova relação que Jesus promove no homem.
Já foi
observado nos capítulos anteriores que a justificação tem uma grande
importância na vida do pecador, pois é através da justificação que começa um
novo relacionamento com o Criador. O homem redescobre a imagem e semelhança de
Deus e redescobre o sentido para o qual foi criado. Gardner expressa essa
verdade da seguinte forma:
Como parte
da imagem de Deus encontra-se sua capacidade racional. A razão é necessária
para que o homem possa compreender a relação em que existe, e para que lhe seja
possível responder em liberdade à vontade de Deus”.[10]
Nesta linha de pensamento, pode-se observar que o
ser humano só consegue encontrar o verdadeiro sentido da vida quando redescobre
a imagem e semelhança de Deus, como descreve Elsa Tames:
O ser humano
foi criado por Deus à sua imagem e semelhança para conviver, viver e dar vida.
No momento que mata ou é morto sua imagem divina estraçalha-se: há
desumanização e falta de Deus por sua imagem divina fragmentada[11]
Para Tamez, a desumanização na sociedade é um
reflexo do pecado nas vidas humanas e a falta de Deus. Por isso, Tamez enfatiza
a necessidade de se recupera a imagem de Deus, como ela mesmo afirma: “…O primeiro
sinal é o redescobrimento da imagem de Deus na humanidade afogada pelo
pecado…”.[12] A
redescoberta da imagem de Deus na vida humana implica liberdade em Cristo
Jesus e não tem como fugir por outra tangente para reaver aquilo que foi
perdido, nesse caso, a comunhão e a liberdade. Portanto, a liberdade em
Cristo Jesus é proporcionada ao pecador regenerado para vivenciar uma nova
experiência em Cristo conduzida pelo Espírito, como descreve Moltmann:
A
experiência da liberdade contém, portanto, uma dupla experiência de Deus: O
Senhor é o Espírito, e o Espírito é o Espírito do Senhor. Libertação manifesta
uma ação mutua entre o Espírito e o Cristo de Deus. De sua atuação conjunta
surge a liberdade, que tem na presença de Deus seu fundamento, sua substancia e
seu inalcançável avanço. Isto significa concretamente, que o seguimento de
Jesus é o Espírito que liberta atual juntos a fim de levar os homens à verdadeira
liberdade.[13]
2
Justificados: Libertos para o Amor
A liberdade
em Cristo impulsiona o pecador justificado a uma relação de amor. A relação que
o homem necessita é vivenciar o amor com o Criador e satisfazer as exigências
de uma pessoa que recebeu a justiça de Deus como um ato de amor e misericórdia.
Portanto, a responsabilidade cristã não nasce no sentido de dever, mas da
vivacidade do amor que é norma de conduta para uma vida cristã que precisa
estabelecer um compromisso com todas as áreas da vida humana. Com isso,
percebe-se que o cristianismo necessita apresentar uma resposta de
comprometidmento com Deus e com o próximo vivendo o amor de Jesus Cristo. John
Stott ressalta que: “o ser humano precisa tanto de amor, como um peixe precisa
de água ou uma ave de ar”.[14] Portanto,
o amor é um exercício que os cristãos devem proticar, seja para com Deus e para
o com o próximo, o amor verdadeiro é inerente ao bem e não pode realizar-se na
esfera do isolamento ou da passividade.
A ética da
justificação e seus benefícios vem revelar um sentimento de Deus aos corações
dos homens. Moltmann traduz isto da seguinte forma: “... o amor de Deus é um
alto grau voltado para o Eu. O que não estiver relacionado com o Eu e com sua
felicidade não pode ser amado...”.[15]
Neste caso, entende-se que o amor deve ser externado ao próximo como dinâmica
de uma vida justificada e liberta em Deus para a práxis da ética do Reino de
Deus na vida de si mesmo e também do próximo.
A Igreja
precisa entender que o amor de Deus no coração do homem traduz uma vida com
Cristo para viver uma relação justificada, onde esta mesma relação não
contribuir para uma vida infrutífera, ferindo, assim, a ética da justificação
em compromisso com o próximo. Neste caso, é dever do cristão amar seu
semelhante como pratica que estabelece o serviço como distintivo da comunidade
cristã. Este fato revela que Deus não quer o homem a seu serviço, mas quer a
serviço dos outros homens, Deus não depende do homem, pelo contrário, é o homem
que depende dEle. Assim sendo, o amor ao próximo é estabelecer o cumprimento ao
mandamento do Senhor cf. Mt. 22:39. A ética da justificação neste caso, revela
tudo que Deus ama é também objeto de amor da igreja. O amor ao próximo
significa ministrar a necessidade do próximo e trabalhar para que o próximo
tenha dignidade e bem-estar dentro da comunidade. Mas para isso, é necessário
fazer a vontade de Deus, cultivando e praticando a justiça. Quando Deus fala em
justiça e amor, Ele requer que seja feito no presente, ou seja, tem que
ser realizado aqui e agora. A prática desses fatos é estar extremamente ligada
com aquele com que se relaciona, e com isso, pode-se dizer que não existe
justiça e amor a não ser na relação eu-tu e indivíduos-coletividade (koinonia),
que são fatos a serem praticados. Portanto, ser justificado em Cristo
Jesus, não é apenas fazer parte do número de participantes do Reino de Deus. E
sim, agir na história dos indivíduos como Cristo agiu na humanidade. E, isso, é
trazer o sentido da justificação para a nossa realidade, como expressa Elsa
Tamez:
A finalidade
da justificação é transformar os seres humanos em indivíduos que praticam a
justiça, que resgatam a verdade aprisionada na injustiça. Obedecendo à fé e não
a lei, entra-se numa nova maneira de vida e aqueles que optam por esta vida
“entregam seus membros como armas de justiça a serviço de Deus”.[16]
Para Tamez, praticar a justiça é resgatar a verdade
na injustiça cumprindo o mandamento que o Senhor ordena a seu povo cf. Jo.
15:12 “...o meu mandamento é este, que vos ameis uns aos outros, assim como eu
vos amei...”. A relevância ética da justificação precisa ser interpretada em
geral, como a ética que expressa o amor. E este amor apresenta duas vertentes:
Deus e o próximo. Portanto, a justificação e a prática das boas obras carecem
de serem vistas conforme o amor de Deus e seus atos salviíficos para com o
pecador. O ápice neste caso, é trazer as mentes das pessoas justificadas, que o
amor torna-se perfeito a medida que tira as pessoas do próprio eu, tornando-as
sensíveis as necessidades do próximo.
O Amor é um
instrumento que a igreja deve utilizar para o benefício da humanidade como
analisa Altmann: “E assim, na precariedade e no amor, que a igreja é um
instrumento de combate ao mal. Não postula ser o reino de Deus, mas pode estar
ao seu serviço”.[17] Para
Altmann, a Igreja é uma comunidade que vai contra as injustiças e opressões
geradas na sociedade. A ética da justificação se baseia no fato de que Deus
tomou primeiro a iniciativa em revelar o seu amor ao homem, como descreve
Bonhoeffer, “ninguém conhece a Deus a não ser que Deus se lhe revele.
Consequentemente, ninguém sabe o que é amor, a não ser na auto-revelação de
Deus”.[18]
O amor é um
sentimento que é revelado para aqueles que receberam o conhecimento pela
revelação do próprio Deus para a dignidade e a responsabilidade de apresentar o
amor para com o próximo. Este é um grande desafio da Igreja que reconhece de
forma grata ao próximo. Elsa Tamez diz que “o amor que produz os frutos da
justiça não acrítico e sentimental, que não sabe para onde está indo”.[19].
Assim, o que deve levar em consideração é que o amor aqui representado é o amor
de Cristo, o amor que direciona que liberta e justifica o pecador. Portanto, a
Igreja deve amar seu semelhante, o seu próximo como Cristo ama a Igreja, e isto
significa que a ética da justificação relaciona o amor como sendo um atributo
de Deus que impulsiona o cristão a serviço e a favor de seu semelhante, como
descreve Bonhoeffer:
O ser humano
está livre para Deus e seus irmãos. Conscientiza-se de que há um Deus que o ama
e aceita, que a seu lado há irmão que Deus ama da mesma forma como a ele, que
há futuro junto ao triúno Deus com sua comunidade.[20]
3.
Justificados:Libertos para o Serviço
A grande
tarefa da Igreja é desenvolver no seu seio, uma comunidade a serviço do
próximo. Para isso, é necessário entender a igreja como uma agente justificada
e que se relaciona de forma adequada como o seu Criador. Ela se encontra livre
para servir, o que explica a citação de Von Allmen: “que a Igreja por meio do
culto toma consciência de si mesma enquanto comunidade diaconal”[21].
A Relevância ética tem por base o próprio exemplo de Jesus em lavar os pés de
seus discípulos numa demonstração de serviço ao seu próximo. O sentido do
serviço aos homens se encontra especificado nesta passagem do lava-pés cf. Jo.
13:12-17.
Nesta cena,
Jesus o Senhor, o Kyrios, se faz servo de seus discípulos. O serviço de Jesus
consiste, portanto, em dar aos homens dignidade e liberdade, levando-os as
condições semelhantes à Sua. Simplicidade e serviço, é, no entanto, uma das
missões que Ele confere aos seus discípulos, quando os ordena a irem por todo
mundo fazer discípulos e batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
São as três Pessoas da Trindade proporcionando um serviço de liberdade e
dignidade ao homem que corresponde em também fazer o mesmo uns para com os
outros. É através da experiência com a Trindade que Deus confere, além da
liberdade, a segurança interior, visto que a Trindade é puro amor e que estar
sempre a favor do homem colocando-o em liberdade e comunhão com os remidos. A
Trindade como “a melhor comunidade”,[22] é
um exemplo de relação de liberdade, amor e compromisso que os salvos devem se
espelhar para que se tenha um mundo mais justo. O que importa frisar é que o
serviço do cristão caracteriza-se em fazer a vontade de Deus, assim, como o
Filho faz a vontade do Pai e o Espírito testifica o Filho. A experiência do
cristão consiste também na relação que tem com o seu próximo e apenas na
experiência no eu, impossibilitando o desenvolvimento do serviço que dignifica
o outro no sentido que lhe proporciona crescimento e amadurecimento.
O homem a
serviço de seu próximo é propósito de Deus para aqueles que foram justificados
e adotados em Cristo Jesus. Assim como aqueles que foram
escolhidos e em amor foram chamados a desenvolver o bem-estar social.
4 -
Considerações Finais.
Conclui-se,
portanto, que o homem foi justificado para dinamizar as bênçãos de Deus em sua
vida no relacionamento com o seu próximo. Neste sentido, a Igreja como
comunidade celestial precisa comunicar a justiça de Deus aos pecadores,
assumindo assim um compromisso em liberdade, amor e serviço. Portanto, o
pecador que recebeu a justiça de Deus é chamado para viver a liberdade em Cristo
Jesus como uma relação aos propósitos de Deus. A liberdade, portanto, capacita
o homem a perceber os benefícios da justiça de Deus em sua vida como uma
proposta de crescimento para discernir o bem e o mal relatado em Hb., 5:13-14.
A justiça de Deus, portanto, vem estabelecer um novo conceito de vida para
a humanidade. Ela vem trazer esperança e uma exigência para o pecador
justificado desenvolver a ética do Reino de Deus num mundo caótico e assolado
por tanta injustiça social. A justiça de Deus coloca o homem a serviço do
próximo como uma expressão de amor e cumprimento aos mandamentos. Portanto, o
grande desafio da Igreja, a comunidade dos Santos, é praticar o amor, as boas
obras em resposta a liberdade alcançada na justiça de Deusem Jesus Cristo.
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Ferreira de Almeida. Edição Corrigida e Atualizada. Brasília: Sociedade Bíblica
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Notas
[6] STORR. op. Cit., p. 149 - O Pacto de Lausanne foi um grande
encontro mundial de evangélicos que ocorreu em 1974 na Suíça , onde foi criado
um comitê mundial das igrejas evangélicas.
[8] GOMES, Antônio Máspoli de Araújo. O Pensamento de João Calvino e a
Ética Protestante de Max Web, Aproximações e contraste. Fides Reformata, pp.
9-31 – Vol. VII
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