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sábado, 21 de junho de 2014
Relutância em Submeter-se à Soberania de Deus
Jonh Owen.
A soberana e infinita sabedoria e graça de Deus é o único fundamento do pacto de graça no qual Deus prome- te eterna salvação a todos que colocam sua fé em Jesus Cristo para a justificação. A soberania da sabedoria de Deus perpassa todo o mistério do evangelho e é a razão da encarnação do Filho de Deus e de ele ser cheio de toda a graça para ser o Salvador de pecadores (Jo 3.16; Cl 1.19; Jo 1.16). A soberana sabedoria e graça de Deus enviou Cristo para ser nosso substituto, para dar fiança pelos nossos pecados, para ser punido por eles em nosso lugar (Is 53.6, 10; 2 Co 5.21). A eleição eterna também surge da soberania da sabedoria e graça de Deus (Rm 9.11, 18). Também aquele chamado interior eficaz do Espírito, trazendo pecadores eleitos ao arrependimento e fé através da pregação do evangelho (Mt 11.25, 26). A justificação pela fé é também o efeito da soberana e infinita sabedoria e graça (Rm 3.30). E o mesmo pode ser dito de todos os demais mistérios do evangelho. Amor soberano, graça e bondade, der- ramados naqueles sobre quem Deus escolhe derramá-los, nos é apresentado no evangelho como uma verdade a ser recebida e acreditada. Mas à mente carnal, não espiritual, não convertida, nada disso agrada; ela se levanta em oposição a isso. Não pode tolerar a idéia de que a vontade, a sabedoria e o prazer de Deus deva ter nossa submissão e adoração, mesmo quando não pode ser entendida. Então a encarnação e a cruz de Jesus Cristo, Filho de Deus, são loucura para ela (1 Co 1.23-25). Os decretos de Deus a respeito da eleição e condenação são considerados parciais, injustos e subver- sivos de toda religião (Rm 9.17-21). Ela considera que a justificação pela imputação da justiça de Cristo perverte a lei e torna desnecessária toda nossa justiça pessoal. Da mesma forma, a mente carnal se levanta em oposição a todo o mistério do evangelho, todas suas doutrinas, mandados e promessas, como provenientes da soberania de Deus. Ela resiste àquela fé que está em dar a glória a Deus crendo nas coisas que estão acima da razão limitada, finita do homem, uma fé que é repulsiva para a razão corrupta e egoísta (Rm 11.18-21). Por isso, em contraposição à vontade e sabedoria soberana de Deus, os homens estabelecem sua luz interior como padrão pelo qual as verdades evangélicas devem ser medidas. Em vez de se tornar tolos, submetendo sua razão e sabedoria à soberania de Deus, para que possam ser verdadeiramente sábios, tornam-se sábios em seu próprio conceito, e assim tornam-se soberbos em sua loucura. Não há caminho mais largo para a apostasia do que o de rejeitar a soberania de Deus em todas as coisas con- cernentes à revelação de si e à nossa obediência, recusando “levar cativo todo pensamento à obediência de Cristo”. Da recusa de submeter-se à soberania de Deus sobre todas as coisas, incluindo nossa eterna salvação, surgiram o Pelagianismo, o Arminianismo e todas as heresias da atualidade.
Extraído do livro Apostasia do Evangelho, John Owen, Editora Os Puritanos, pp. 123-124.
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